Primeiro levantamento da Conab para o próximo ano agrícola prevê 8,5% de aumento em comparação com o período anterior, chegando a 18,2 milhões de toneladas
Minas Gerais deve registrar mais um recorde na produção de grãos, durante a safra 2022/2023, conforme o primeiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o período. A previsão é de que o volume produzido chegue a 18,2 milhões de toneladas. O número corresponde a um aumento de 8,5% em relação ao ano agrícola anterior. A expansão da área cultivada será de 2%, alcançando 4,1 milhões de hectares, e a produtividade será 6,4% superior, estimada em 4.394 kg/ha.
“Entre os principais produtos, estão a soja e o milho, que juntos perfazem um total de 91,5% da produção de grãos no estado. Somados, eles devem chegar ao volume de 16,6 milhões de toneladas produzidas”, relata o superintendente de Inovação e Economia Agropecuária, da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Feliciano Nogueira de Oliveira.
De acordo com o superintendente, o resultado positivo é fruto de diversos fatores. Entre eles: a valorização das commodities agrícolas no mercado internacional, que estimula o setor a produzir mais, a abertura de mercados para exportação, além da demanda interna da cadeia de produção de proteína animal.
“Finalmente, atribuímos esses acréscimos, em especial os previstos na produtividade, à maior adoção de tecnologias por parte dos agricultores, em sementes melhoradas, no uso mais eficiente de fertilizantes. E ainda à assistência técnica, que acompanha de perto desde o plantio, até a colheita. A vertente tecnológica, portanto, tem um papel importante neste desempenho”, ressalta Oliveira.
Milho e soja
Para o total de milho (1ª e 2ª safras), é estimada uma produção recorde de 9 milhões de toneladas, com crescimento de 18,4% em relação à temporada passada. A área deverá ser de 1,4 milhão de hectares, 2,9% maior, enquanto a produtividade crescerá 15%, chegando a 6.338 kg/ha.
Na primeira safra, haverá diminuição de 2,8% na produção, devido à migração da área de cultivo do milho para outros produtos, principalmente a soja, mas mantendo-se a produtividade. Já na segunda safra, estima-se um incremento de 72,2%, atingindo 3,7 milhões de toneladas, com expansão de 11,8% na área (618,8 mil hectares) e 54,3% na produtividade (6.037 kg/ha).
Relativamente à soja, espera-se um acréscimo de 2% no volume produzido, estimado em 7,6 milhões de toneladas. O valor é decorrente de um avanço de 2,2% na área de cultivo, que deve completar 2 milhões de hectares. A produtividade sofrerá baixa de 1,9%, ficando em 3.754 kg/ha.
Demais altas
Dentre os produtos com expressiva ampliação, está o amendoim. Haverá elevação de 51,1% na produção, que chegará a 20,4 mil toneladas. A área destinada à cultura será expandida em 1,8%, alcançando os 5,6 mil hectares, e a produtividade será 48,6% superior à última safra, com cerca de 3.640 kg/ha.
Para o arroz, estão previstas altas de 2,4% na produção e 18,3% na produtividade, com estimativa de 8,7 mil toneladas produzidas. Em Minas, são cultivados o arroz sequeiro (21,8%) e o arroz irrigado (78,2%).
A área de plantio do algodão deve se manter estável em comparação à safra anterior, com 29,4 mil hectares, porém há previsão de incremento de 5,6% na produtividade, que alcançará 3.975 kg/ha. O volume produzido está estimado em 116,9 mil toneladas.
Quedas
A produção total de feijão sofrerá queda de 1,8%, registrando 476,2 mil toneladas. As projeções são de área e produtividade 1% e 0,7% menores, respectivamente. O sorgo também passará por ligeiras baixas, de 0,3% na produtividade e no volume de produção, que deverá ser de 669,7 mil toneladas. A área produtiva será mantida.
Trigo
De forma complementar, a Conab aponta, também em seu levantamento, que o trigo mineiro será o campeão em termos de crescimento da produção, registrando alta 74,3% no volume, com 298,7 mil toneladas previstas no fechamento de sua colheita em 2022. O feito resulta de uma área plantada 49% maior e uma produtividade 17% superior, se comparados à safra anterior. O elevado índice de áreas irrigadas garante grãos de ótima qualidade, segundo a avaliação da Companhia de Abastecimento.
Fonte: Notícias Agrícolas | Seapa